Debate sobre a possibilidade da existência de Deus, em uma dessas comunidades céticas do Orkut. Desesperado diante da irredutível descrença da turma, um evangélico postou a seguinte colocação:
Suponha que você morresse e se reconhecesse em um corpo espiritual, sendo que nesse corpo você ainda seria capaz de pensar e raciocinar, sendo a única diferença entre estar vivo e estar morto a incapacidade de interagir com o mundo material, preservando, desse modo, a identidade e a individualidade. Nesse estado você ainda teria dúvidas da existência de Deus?
Não respondi a pergunta, o debate não me interessava, mas estas palavras (que não foram exatamente assim, mas foram algo parecido) ficaram se retorcendo dentro de minha cabeça, como se houvesse algo nelas que merecesse mais assunto. Então, de repente, me dei conta: poucos foram os autores que tentaram contar essa história!
Não me refiro a uma mera história de fantasma em primeira pessoa, há quilos disso por aí. Refiro-me à história de um fantasma em busca de Deus!
Deixei de lado minha leitura de Schopenhauer e varri a poeira de cima dos lugares de meu cérebro onde estavam arquivadas as lembranças de meus tempos de frequentar centro espírita. Fui puxando um fio aqui e ali e… bingo! Eis-me escrevendo um romance espírita outra vez!
Muitos autores não se dão conta das excelentes possibilidades que a temática espírita oferece, especialmente considerando a constrangedora falta de qualidade de muitos livros no mercado. Pois bem, me aguardem!
Mas aguardem sentados, que os meus romances eu escrevo movido a leite de pata.
Atualização em 12/11/2017: A história que eu comecei a escrever nesse momento acabou se transformando na noveleta O Preço da Passagem.