O amor partido deixa dentro da saudade
a marca de saudades mais profundas
e anteriores.
Saudades que não são vontades.
As saudades que lhe tenho, ex-amor,
não querem tê-la mais;
querem algo que não se sabe.
Quando a vejo agora, não sinto nada.
Porém quando a vejo em sonhos,
sinto uma quase dor.
Eu amo ainda quem você foi,
mas esqueci quem você é.
Até os ciúmes que lhe tenho agora
não são de você estar com outro,
mas de ter estado comigo.
Esta espécie de sentido que tenho
é a pior forma de perder
— e também a mais definitiva.
Dói porque o presente não refresca o passado
dói porque o futuro é não haver futuro.
Mas há também alegria nisso,
a alegria imensa de haver passado
e eu sou feliz quando a lembro,
cada momento que vivemos
era eterno porque não existe mais,
porque eu e você nos esquecemos.