Estou perdido e sem poesia
numa vida alheia que invadi.
Sinto-me intenso e estranho
e nada mais ruge dentro de mim.
Nas palavras não restam dilemas
e nem poeira de estrelas repousa
sobre sonhos que murcharam.
Logo estará deserto o dia
e eu dormirei uma paz sem hora.
Metade de minha própria história
corro em busca do metal mais raro.
A outra metade está sem graça
porque repousa para cada dia.
Sinto tenha sido assim.
Mas as palavras, ainda que isentas,
Serão sempre um falso amparo.
Resta-me ser teu e ser feliz.