Deus caminha leve nos jardins de uma estrela escura e fria.[^1]
Desconhecendo o pó que se apega às dobras de sua roupa,
Deus assinala no barro, marca-o no molde,
Andando nos campos noturnos de uma guerra perdida
Em uma estrela que há muito esfriou.
Deus pisa brilhante onde há ossos de coisas esquecidas,
Pálido de esplendor como a geada de uma praia banhada de luar,
Deus vê as tumbas à luz de Sua face,
Ele treme ao ler as runas lá gravadas, e Sua sombra no céu
Treme imensamente no espaço.
Deus fala brevemente com suas hostes de vermes sepulcrais.
Deus parlamenta com a minhoca e as traças famintas:
Suas bocas comeram todos, mas o verme segue presa
De uma fome negra ainda, e murmura maldades
Com a traça taciturna.
Deus volta apressado ao céu, deixando uma estrela morta.
Mas Seus robes estão manchados da poeira de coisas findas,
O verme cinzento vai escondido e a pálida traça se fartou
Escondida em uma dobra dourada de sua batina brocada,
Como uma desgraça inaudita.
[¹]: Este é um breve poema de versos mais ou menos livres e com rimas simples, que eu, no entanto, por amor da clareza, preferi deixar em versos brancos.