Uma das razões pelas quais o Mago das Trevas foi tão facilmente derrotado se encontra na sua péssima escolha dos objetos que transformou em horcruxes. Se é verdade que alguns deles eram insuspeitos e, certamente, duráveis; — e aqui me refiro à Taça Hufflepuff, ao Anel de Marvolo Gaunt, o Medalhão de Slytherin e a Tiara de Ravenclaw — é também verdade que nenhum deles foi uma boa escolha, dada a facilidade com que foram identificados pelos inimigos de Voldemort.
Tendo lido 100 Coisas Que Não Vou Fazer se Me Tornar um Vilão Malvado, tomei algumas decisões quanto à criação de Horcruxes que evitarão que os meus malévolos planos de dominação mundial sejam impedidos por um grupo de crianças lendo livros de fábulas.
Aqui está uma lista do que eu considero serem as Horcruxes ideais para me manter vivo por toda a eternidade a fim de praticar o mal. Nem todas, claro, são factíveis com o nível de poder que eu atualmente tenho, mas cabe ao feiticeiro esperto encontrar o momento ideal para tomar as decisões.
Esta lista, claro, não se baseia na presunção de que Horcruxes somente podem ser criadas com mortes significativas relacionadas a objetos também significativos — afinal, basear-me nisto envolveria pressupor que as opções de Voldemort, que reconhecidamente falharam, seriam as melhores possíveis.
Um Pedregulho
Qualquer objeto que tenha milhares de outros semelhantes serviria muito bem. Poderia ser um knut, por exemplo, mas pedras, ao contrário de moedas, não são comumente manuseadas. O pedregulho ainda teria a vantagem de que eu poderia colocá-lo no concreto usado na construção de um edifício (preferencialmente um grande) e ele ficaria ainda mais oculto. Para ter plena certeza de que ninguém sequer teria a chance de perceber sua influência maligna, eu atiraria a pedra ao mar durante uma viagem pelo Oceano Pacífico. Boa sorte, Dumbledore!
Uma Semente
Uma vez plantada, em um local pouco frequentado, diga-se de passagem, a semente cresceria e formaria uma árvore. Posteriormente a árvore daria outras sementes, que também germinariam. Ao longo das décadas e séculos aquele pedaço da minha alma seria protegido por dezenas de árvores. Se demorou mais de 70 anos para descobrirem que os nazistas haviam plantado um bosque em forma de suástica na Alemanha, sendo que as árvores tinham cores diferentes das outras, imagina quanto tempo demoraria para perceberem meu truque, sendo as árvores-horcrux iguais às outras ao redor? Para obter o máximo de sucesso eu plantaria uma semente de taiga, na Sibéria, em uma região aonde o ser humano raramente vai. Pensando bem, seria melhor no Japão, país onde há rígidas leis ambientais (que tornam mais desculpável matar uma pessoa do que derrubar um bosque).
Uma Sonda Espacial
Sondas espaciais não retornam à terra, elas simplesmente vão embora e nunca mais voltam. Se eu tivesse conseguido transformar a Pioneer 11 em uma Horcrux (ou uma das Voyager) não haveria magina no mundo capaz de me destruir, pois estas sondas já estão além da heliopausa (limite do sistema solar). Meu único receio é colidirem com algum objeto nas trevas do espaço e serem destruídas, mas as chances de isso acontecer são tão pequenas (o espaço não é chamado de “espaço” em razão da alta concentração de objetos…) que eu provavelmente já terei vivido dezenas de milhares de anos antes que aconteça — e então já estarei cansado de viver e arrependido de ter feito de uma sonda espacial a minha Horcrux.
Um Corpo Celeste
É sabido que alguns magos podem teletransportar-se para outros corpos do sistema solar. Isso pode ser tremendamente útil para o caso de quererem transformar em Horcrux algum objeto que já esteja fora da Terra — como o jipe lunar, alguma das sondas marcianas ou aquela, Philæ, que pousou em um cometa — mas também traz a possibilidade de transformar um corpo celeste propriamente dito. Claro que seria preciso gastar muita magia para tornar um planeta em uma Horcrux, talvez até um planetoide seria impossível, mas não vejo grande dificuldade em fazer isso com um asteroide ou um cometa. Asteroides existem há centenas de milhões de anos, cometas existem desde o início do sistema solar. Escolhendo um de órbita estável seria possível assegurar milhões de anos de segurança para a minha Horcrux — e não haveria accio que trouxesse um desses belezinhas até Hogwarts. Aliás, seria bem estúpido fazer isso, pois não somente o asteroide seria destruído, mas também Hogwarts e, dependendo do tamanho dele, a Terra inteira.