Esta noveleta cheia de ação, aventura e cães famintos é um dos nove textos que compõem a coletânea “Mythos Mineiros” e é o mais original, em minha opinião, embora talvez não o melhor. Certamente será o que mais agradará ao público jovem, ligado em aventuras, por causa do grande número de elementos de aventura e do ritmo narrativo ágil. Nela encontramos isolados no mais improvável dos lugares, um bordel de alta classe em uma cidade do interior, um grupo de sobreviventes de um evento apocalíptico. Dali planejam o que fazer, diante da presença cada vez mais ameaçadora de estranhos seres voadores.
A primeira versão, intitulada “Os Estranhos”, saiu em 2008 pela Editora Multifoco, do Rio de Janeiro, na coletânea “Solarium”. Porém não recomendo que você adquira essa coletânea se quiser ler a obra original, que era bem inferior à definitiva, aqui encontrada.
O protagonista, de que só sabemos ser homem (pois é chamado “querido” pela outra personagem), está com um grupo de “pecadores” arrependidos em um bordel localizado no alto de uma montanha, próximo a uma pequena cidade. Já é o quinto dia desde que foram surpreendidos ao amanhecer pelo que alguns acharam ser o fim do mundo. A crise está apertando, a água e a comida vão acabar, e vão ter que ter a coragem de sair.
A narrativa a partir daí segue linearmente enquanto os protagonistas exploram os perigos inesperados da cidade que conheciam tão bem até uma semana antes. Em sua viagem enfrentam perigos materiais (cães famintos, ratos…), imateriais e outros ainda piores. Cada esquina é uma nova e horrível descoberta. E não há como arrepender-se e voltar.