Eu não sei por quanto tempo ainda habitarei esta cidade, esta casa, este corpo, este plano. Este fruto que apanho tem o azedo da infância, tem a beleza da primeira cor; perdida numa curva da planície a que chamam vida. Plantada a ávore, lenta espera em um jardim que é meu, por ora, onde uma esperança viveu, mas já não mora. Não sei o quanto ainda tenho, ou quanto escorre. A fruta é um momento, que já morre.