Ontem chegaram pelo correio os meus exemplares de “A Terra da Noite”, romance clássico da ficção fantástica que eu tive o imenso prazer de traduzir pela primeira vez para a língua portuguesa e que foi publicado pela Clock Tower. Corri a arrebentar impiedosamente a embalagem para tocar os livros, finalmente, depois de dois anos de espera.
À parte a sensação de prazer quase infantil ao desempacotar livros, mais uma vez eu quase corto o meu dedo no estilete, este momento foi especial para mim por ter sido a minha primeira publicação solo como tradutor por uma editora tradicional. Eu já havia traduzido contos isolados de Lovecraft para a antologia “O Mundo Fantástico”, também da Clock Tower, e havia publicado no KDP a minha tradução de outro romance de Hodgson, “A Casa no Limiar”; além das traduções que publico aqui no blog; mas a sensação de publicar um livro em papel é diferente, ainda mais por se tratar de uma obra tão especial, cujo processo inteiro, da tradução à edição, foi tão demorado. Atrevo-me a dizer que este pode ser o meu trabalho mais digno de orgulho até agora.
Além de traduzir o texto integral de um romance de mais de 180 mil palavras, escrevi glossário, cronologia e notas e, na fase de edição, aventurei-me a fazer o design gráfico do interior, usando o sistema de publicação tipográfica LaTeX. Como esse programa é pouco usado para design de livros fora do âmbito acadêmico, e menos ainda no Brasil, foi muita ousadia do Denílson, proprietário da Clock Tower, em me permitir essa aventura. Os resultados vocês poderão averiguar quando tiverem o livro em mãos.
A edição é enriquecida por belas ilustrações monocromáticas feitas por Leander Moura. Dele também é a capa (e o projeto gráfico desta).
Aqueles que compraram esta obra terão o prazer de conhecer um autor realmente seminal para o desenvolvimento da ficção científica e da fantasia, criador de tantos temas que se tornaram predominantes na literatura fantástica e de ficção científica desde então. Porém eu prefiro que vocês mesmos, que compraram e lerão, teçam seus comentários e cheguem às suas próprias conclusões — e que me digam o que acharam do meu trabalho de tradutor.
Do trabalho do Leander eu nem pergunto, porque já pela capa a gente fica precisando segurar o queixo.