Gosto mais de escrever para amores que perdi
do que para amores que ainda ouço em mim.
Não é porque o passado seja confortável;
mas há mais motivos na saudade que na vida
e ser poeta é ser triste, a sensibilidade é frágil
e nos quer mergulhando em abismos
que outros veem à distância e apenas acham belos.
Da próxima vez que for feliz, haverá mais música,
mais beijos e mais certezas.
Mas também vou esquecer minhas promessas
porque o amor é exigente e arisco.
Enquanto você quiser mais beijos meus,
me deixe sorrir e não traga lembranças do amargo.
A vida já é muito pesada quando estamos tentando,
deixo-nos ao menos esta bênção de às vezes esquecer
e tentar ainda, apesar da experiência e da verdade.