“É muito mais fácil atirar nos aliados do que nos inimigos. Além de estarem perto e, em geral, de costas para nós, confiantes, os aliados não tem armas nem armaduras que desconhecemos.
“Se o teu objetivo é derrubar muitos ‘soldados’, atira nos aliados e depois define-os como ‘inimigos’ de alguma maneira. Tua contagem de cadáveres será invejável.
“Se estás mais preocupado em entrar para a história do que em ganhar a guerra, atira nos aliados também. O inimigo triunfará, contará a história a seu modo, e pode ser que te conceda um espaço na narrativa para teus netos se orgulharem de tua honrosa derrota.
“Se teu objetivo é conquistar o protagonismo, abate os líderes em cuja sombra combates. Sua queda abrirá espaço para que galgues o protagonismo, mesmo que seja o de uma luta menor, ou fadada à derrota.
“Se teu objetivo é vingar-te, abraça-te ao inimigo, ofereça-lhe teu sangue e tua alma, e ele te dará a espada com que degolar quem te traiu.
“Se teu objetivo é a pureza do exílio, sem sujar tuas mãos na luta feia, denuncia cada um que levantar-se, ajuda a impedir luta. Mas cuida primeiro de negociar um confortável exílio onde não tenham nojo de tua presença, e onde nenhuma picareta te encontre.”