Meu problema é essa teima de poeta,
de ser humano, de ter desejos
que não cabem nos limites de beijos
porque não beijas a inquietude que eu quero.
E eu preciso interromper esta agonia
de nada acalentar quando sonho.
Sonho sim, e não me obedeço
porque quero sonhar voos que não devo
e é a tua mão que me amarra com amor
e com afeto,
com açúcar e veneno.
Menti que a amava, agora peno
consequências de um mal que planejei:
a felicidade quieta de um burguês cinzento
numa cidadezinha de papel.