A humildade da humanidade
amenizada pela imanência
de coisas que sonhamos com saudade
de um plano nosso apenas inconcluso,
objetos que despontam como alentos
de uma esperança que precisa de futuro.
Foi nisso que produzimos templos,
por causa disso pirâmides, relógios,
navios que soçobraram nos oceanos,
guerras que entretiveram os milênios.
Todas essas coisas filosóficas
são apenas gritos da alma em agonia,
em cada lei e em cada pedra dorme um deus,
um sonho que alguém teve e que morreu.
Tudo que fazemos é outra tentativa
de vencer com persistência o presídio
da presença decadente do pretérito,
que morre a cada instante, que se apaga
como a mão que acena na planície
e que depois não fica no cenário.
Tudo que tentamos é semente de mais planos,
formas variadas de vencer em estratégia
a força do inimigo que nos cerca: a verdade.