O período de relativo isolamento social proporcionado pela pandemia do Covid-19 me permitiu tomar conhecimento de conteúdos que antes não me interessavam ou que eu simplesmente nunca tivera a oportunidade de conhecer. Também me permitiu retomar antigas conexões a que eu não dava atenção há muito tempo. Entre esses conteúdos, as animações japonesas (animê), das quais a última que eu conhecera fora “Dragon Ball”, no início dos anos 2000. Um dos motivos de eu nunca ter me aproximado dos animês foi o fandom, obviamente. Além […]
Category Archives: Crítica
Textos de crítica literária
O que é necessário para que uma canção tenha qualidade?
Comecemos por tirar o bode da sala. FUNK NÃO É RUIM. O que é ruim é a qualidade dos artistas que o produzem (dos compositores aos produtores, passando pelos, assim digamos, “intérpretes”). Você perguntou especificamente sobre o que deve haver na composição, mas eu preciso também lhe contar que muitas vezes o que torna uma obra musicalmente interessante é o que vem depois da composição: Em termos de composição, “Carcará” é uma obra de uma pobreza lírica que chega a ser ridícula e que, sim, […]
Lobato: O Espinho Que se Recusa a Inflamar
Monteiro Lobato fez parte da infância de várias gerações de brasileiros, quer diretamente, pela leitura de seus livros, quer indiretamente pela adaptação de suas obras para meios audiovisuais. De tal maneira ele se inseriu na cultura nacional que a partir de certo ponto se tornou um lugar-comum pensar que ele seria indissociável de nossa identidade. Os últimos dez ou doze anos, no entanto, têm sido ingratos para a memória e o legado do escritor paulista, desde que alguns autores resolveram corajosamente abordar a questão do […]
A Era da Literadura
Ontem, 26 de junho, saiu na Revista Úrsula o segundo artigo de minha série de reflexões sobre os impactos culturais do que eu chamei de “evangelismo” da Jornada do Herói entre os escritores. Não sei se terei espaço lá para publicar a terceira parte, se for o caso, ponho-a no Letras Elétricas mesmo. De qualquer forma, leia lá e deixe seus comentários.
A Era da Legoratura
Em 19/06/2019 a revista Úrsula publicou este meu artigo que aborda a questão da utilização da Jornada do Herói como uma ferramenta de criação em vez de uma forma de análise. Recomendo fortemente que você leia e comente lá. Haverá uma segunda parte.
Porque a música pop é “ruim”
Pela própria definição do termo, a música “pop” tem de ser ruim. Se por algum motivo o pop se torna bom, imediatamente adquire outro rótulo. Adicionado (como os subgêneros do rock) ou em substituição ao anterior, como a “black music” dos anos 1960 e 1970. Em qualquer forma de arte, o “pop” é a lata de lixo da cultura. Antes que o leitor se apresse a me agredir, esta não é a minha definição. A crítica musical, incluindo a crítica especializada em música pop, define […]
Arte Para Quem Goste de Arte
Às vezes nos perguntamos por que é tão difícil entender a arte moderna. É uma dúvida justa, visto que nem mesmo os que dizem entendê-la conseguem explicá-la. A impressão que temos é que o gosto dos amantes da arte é uma maçonaria mais impenetrável. Creio que isso ocorre basicamente porque a arte não é feita gente como nós, como eu. A maior parte da produção artística de hoje é feita e consumida pelas altas classes, que utilizam a arte com várias finalidades, entre as quais […]
A Defesa da Jornada do Herói Através de Falácias
Falácias são erros lógicos em uma argumentação. Um argumento bem estruturado e válido precisa basear-se em elementos reais (postulados válidos) e ter uma relação clara de causa e efeito entre as premissas (as etapas do argumento) e a conclusão final. Quando, mesmo com postulados verdadeiros, a conclusão é absurda, temos um erro de lógica, a falácia. A grande maioria das pessoas argumenta exclusivamente com base em falácias. É o que você ouve nas conversas de bar, nos debates políticos da televisão, nas conclusões a que […]
O Mito da Acessibilidade
Uma das maiores polêmicas em que os jovens autores se envolvem é a questão da “acessibilidade”, um termo muito mal empregado no contexto da edição de livros. Teoricamente, o termo se refere a meios através dos quais pessoas deficientes de algum sentido teriam acesso a um lugar ou conteúdo. Por causa da acessibilidade existem os livros em braille, para que os cegos possam ler, os livros infantis têm letras grandes, adequadas à faixa etária, foram criados softwares de leitura para permitir que os cegos usem […]
O Editor Superstar
Esta semana o jornal O Globo publicou matéria sobre Gordon Lish, editor americano que em certa época editou a Esquire. A matéria é extremamente interessante para amadores como eu, mas para profissionais também. Acredito que há muita reflexão produtiva que se pode fazer a partir do conteúdo. A primeira impressão que o texto me deixou foi profundamente negativa, um sentimento de verdadeira repulsa. Afinal, o tipo de relação entre editor e autor que é defendido por Lish (e pelo autor da reportagem) não parece nada […]