Evagh, aturdido, interrogou Dooni e foi respondido conforme o que perguntara. E às vezes a voz de Ux Loddhan lhe respondia e às vezes havia murmúrios ininteligíveis que expressavam aqueles outros entre os fantasmas chorosos. Muito Evagh aprendeu sobre a origem e a essência do verme, e aprendeu o segredo de Yikilth e a maneira pela qual Yikilth flutuara dos abismos transárticos para viajar pelos mares da Terra. Sempre, ao ouvir, o seu horror aumentava, ainda que atos de magia negra e conjurações de demônios […]
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Tradução: A Vinda do Verme Branco, 6 (C. A. Smith)
Um a um, nas noites precedentes à cerimônia de adoração, os companheiros de Evagh sumiram. O último polariano foi o seguinte, e então eis que somente Evagh, Ux Loddhan e Dooni foram à torre, depois Evagh e Ux Loddhan foram sozinhos. O terror aumentava diariamente em Evagh, pois ele sentia que a sua própria vez estava próxima e ele teria pulado de uma das rampas mais altas de Yikilth até o mar se Ux Loddhan, ao perceber sua intenção, não lhe tivesse advertido que nenhum […]
Tradução: A Vinda do Verme Branco, 5 (C. A. Smith)
O grande iceberg seguia sempre para o sul, levando seu inverno letal a terras onde o sol de verão passava alto. E Evagh mantinha-se em silêncio, seguindo de todas as formas o costume de Dooni e Ux Loddhan e dos outros. Em intervalos regulados pelo movimento das estrelas circumpolares os oito magos subiam à alta câmara em que habitava perpetuamente Rlim Shaikorth, meio enrolado em seu divã de gelo. Lá, em um ritual cujas cadências correspondiam à queda das lágrimas em forma de olhos que […]
Tradução: A Vinda do Verme Branco, 4 (C. A. Smith)
Ao ver tal entidade a pulsação de Evagh se deteve por um instante, tal o terror e logo a seguir do terror as suas entranhas se revoltaram dentro dele, tal o excesso de nojo. Em todo o mundo nada havia que pudesse ser comparado à asquerosidade de Rlim Shaikorth. De alguma forma ele tinha a semelhança de um gordo verme branco, mas seu volume era maior que o de um elefante-marinho. Sua cauda espiralada era tão grossa quanto as dobras medianas de seu corpo e […]
Tradução: A Vinda do Verme Branco, 3 (C. A. Smith)
Ele teria fugido da casa, sabendo que sua magia era totalmente ineficaz contra aquilo. Mas compreendeu que a morte estava na exposição direta aos raios do iceberg e que se deixasse a casa ele forçosamente entraria naquela luz fatal. E também compreendeu que ele só, entre os que viviam naquele trecho de litoral, tinha sido excluído da morte. Não podia supor a razão de sua exceção, mas concluiu por fim que era melhor permanecer paciente e sem medo, à espera do que lhe devesse acontecer. […]
Tradução: A Vinda do Verme Branco, 2 (C. A. Smith)
De volta à sua casa antes da noite, queimou junto a cada porta e janela as resinas que são mais ofensivas aos demônios do norte, e em cada ângulo por onde um espírito pudesse entrar ele situou um de seus familiares para guardar contra a intrusão. Depois, enquanto Ratha e Ahilidis dormiam, ele pesquisou com cuidado diligente nos escritos de Pnom, nos quais estão coletados muitos exorcismos poderosos. Mas o tempo todo, enquanto lia para seu conforto os velhos autógrafos, ele se lembrava melancolicamente dos […]
Tradução: A Vinda do Verme Branco, 1 (C. A. Smith)
Por residir junto ao mar boreal, o feiticeiro Evagh costumava ver muitos portentos inesperados no verão. O sol ardia gélido sobre Mhu Thulan, pendente de um firmamento límpido e desbotado como gelo. Ao entardecer a aurora se estendia do horizonte ao zênite, como uma cortina de um palácio dos deuses. Débeis e raras eram as papoulas e pequenas as anêmonas nos vales que entremeavam os rochedos além da casa de Evagh, e os frutos de seu jardim murado eram pálidos por fora e verdes por […]
A Pessoa Amada
Rodrigo mirou Amanda nos olhos com uma fúria que ela ainda não conhecia. Mas em vez de um tapa ou de um grito ele derramou uma solitária lágrima enquanto apertava na mão um inimigo imaginário, com tanta força que as unhas feriram a palma e os músculos retesados demais começaram a doer. — Fica assim, então, Amanda. — Você vai se arrepender, Rodrigo. Não faça isso comigo. — Não me arrependerei, Amanda. Nada me fará arrepender porque eu acabei de ver que não poderia mais […]
Tradução: Vulthoom (C.A. Smith)
“Vulthoom” é uma noveleta de Clark Ashton-Smith escrita e publicada em 1935 e pertencente ao breve ciclo de histórias marcianas do autor, nas quais geralmente temos o [desastroso] encontro de terráqueos com os perigos e enigmas do planeta Marte, aqui chamado de Aihai. Além de “Vulthoom” este ciclo é composto pelos contos “O Habitante do Abismo” (The Dweller in the Gulf) e “As Criptas de Yoh-Vombis” (The Vaults of Yoh-Vombis), além de um conto chamado “A Muda Marciana” (The Seedling of Mars), no qual não […]
Pegadas no Pó
Original de Clark Ashton-Smith. Traduzido a partir da versão online em Eldritch Dark. …Os antigos magos o conheceram, e lhe deram o nome de Quachil Uttaus. Raramente se revela, pois reside além do mais externo círculo, no escuro limbo do tempo e espaço além das esferas. Terrível é a palavra que o chama, mas tal palavra permanece impronunciada, exceto em pensamentos, pois Quachil Uttaus é a última corrupção e o instante de sua vinda é como a passagem de muitas eras, e nem a carne […]