Original de Larry Niven
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[Tradução] Abandonados em Andrômeda [10]
Os dois estavam cansados demais de seus trabalhos hercúleos para que pudessem devotar muito tempo e energia à especulações do tipo. Encontraram um lugar abrigado em um ângulo formado pelas paredes e se sentaram. Estavam forçosamente sem comer desde a refeição que lhes fora dada pelos pigmeus ainda de madrugada e parecia não haver possibilidade imediata de encontrar o que comer. Estavam desesperados e não parecia haver nenhuma esperança de aliviar a depressão que envolvia aqueles homens condenados.[…]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [9]
Roverton foi o primeiro a recobrar seus sentidos. Sentindo-se muito fraco e tonto, com os pensamentos e a visão turvados, tentou se sentar e caiu de costas, desamparado. Então, quando seus olhos e mente começaram a clarear, um pouco de força lhe voltou e um segundo esforço foi mais bem sucedido. Seu primeiro pensamento foi no seu camarada, a quem procurou, então. Deming ainda estava onde caíra, em uma posição prostrada e espichada no chão.[…]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [8]
O cenário no qual emergiu era mais louco e selvagem do que as esquisitices de um delírio febril. Por um instante ele pensou que as coisas ao seu redor eram o produto de alguma alucinação, fruto de seu cérebro e nervos superexcitados. O monstro voador estava estendido no chão e envolto, desde a cabeça até a cauda, nos rolos de algo que Roverton só pode designar como uma anaconda vegetal. Os rolos eram verde claros com manchas irregulares violáceas e marrons e pareciam ter dezenas de metros e comprimento.[…]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [7]
Os três subitamente tomaram consciência de uma fadiga arrasadora e persistente, uma reação irresistível a todo o perigo e sofrimentos por que tinham passado. Mas a perspectiva de emergir desse submundo de horrores misteriosos fê-los reunir as forças restantes dos membros encharcados, nadarem em direção à boca da caverna e flutuarem através de sua abertura negra rumo ao brilho prateado de um grande lago. Este era, provavelmente, o mesmo visto no dia anterior. Sua aparência era inefavelmente estranha e desolada. Altos rochedos com muitos contrafortes e chaminés se erguiam acima da caverna de que tinham emergido e se estendiam de ambos os lados em linhas descendentes até sumirem em grandes vargens de pântanos e areias.[…]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [6]
A borda não estava tomada pelos pigmeus e o monstro lagarto tinha avançado até que os três homens não tinham mais espaço do que o suficiente para ficarem de pé na beira do precipício, sobre um arco em lua crescente formado por seu corpo. A cerimônia executada pelos pigmeus chegou ao fim, suas genuflexões e cantorias cessaram e todos voltaram seus olhos para os amotinados em uma contemplação simultânea e atenta. Os quatro que montavam a criatura lagarto exprimiram em uníssono uma simples palavra de comando:[…]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [5]
Aparentemente, a uma voz de comando, os guardas se aproximaram da boca da caverna e sinalizaram aos homens que saíssem. Eles obedeceram. Bandejas cheias da pasta branca e copos de uma bebida negra e doce foram postos diante deles e enquanto comiam e bebiam toda a assembleia os olhava em silêncio. Parecia ter havido algum tipo de mudança na atitude dos pigmeus, mas a natureza desta, ou o que poderia implicar, estava além do entendimento. Todo o procedimento era extremamente misterioso e tinha quase o ar de algum sacramento sinistro. A bebida negra deveria ser um pouco narcótica, pois os homens começaram a se sentir como se tivessem sido dopados. Houve um ligeiro amortecimento de seus sentidos, embora seus centros cerebrais permanecessem alertas.[…]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [4]
Os pigmeus tinham parado suas montarias e estavam discutindo excitadamente enquanto olhavam os terráqueos com suas órbitas redondas. Os sons que faziam dificilmente poderiam ser reproduzidos por cordas vocais humanas.
— Mlah! Mlah! Knurhp! Anhkla! Hka! Lkai! Rhpai! — eles gritavam uns para os outros.
— Acho que somos novidade tão grande para eles quanto eles para nós — observou Adams.[…]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [3]
As horas se arrastaram. Eles conversaram com uma loquacidade esporádica, mas febril, em um esforço para vencer o nervosismo de que tinham plena, mas incontrolável, consciência. Homens fortes e maduros como eram, sentiram-se às vezes como crianças sozinhas no escuro, com uma horda de monstruosos terrores cercando-os de todos os lados. Quando o silêncio caía, a informulável estranheza e horror das trevas circundantes parecia chegar mais para perto, e eles não ousavam ficar calados muito tempo. […]
[Tradução] Abandonados em Andrômeda [2]
Os amotinados sentiram certo alívio. Qualquer coisa, mesmo a morte súbita pela inalação de uma atmosfera irrespirável, seria melhor do que o longo confinamento. Estoicamente, como condenados à morte, eles se prepararam para o mergulho fatal no desconhecido.
Os negros minutos se esgotaram e então as luzes elétricas foram acesas. A porta se abriu e Jasper entrou. Ele removeu em silêncio as amarras dos três homens, então se retirou e a porta foi trancada para eles pela última vez.[…]