Se você acredita que alguém vai mandar vinte e cinco centavos para a família de uma criança com algum tipo de problema grave de saúde, parabéns, champz!, pode continuar compartilhando, mas eu não faço isso.
Primeiro porque a função do Facebook não é essa de ganhar centavinhos para famílias necessidades, segundo porque essa história é antiga e não passa de uma farsa criada por desocupados sem noção e só serve para poluir todo ambiente de convivência virtual.
Isso acaba funcionando porque a maioria das pessoas acha algo muito moralmente bonito dar um clique para “ajudar”. Um clique não custa nada, não doi, e não envolve o «nojinho» de ficar perto de uma dessas pessoas. É como a história do “Mandarim” do Eça de Queirós. Aperte este botão e um rico mandarim morrerá na China e você receberá sua herança milionária. Apertar o botão é fácil, você não verá a morte do sujeito, não terá que conviver com as consequências da miséria de sua família. Então aperte-se o botão! No caso destas campanhas você não recebe uma herança milionária, mas uma consolação moral, a auto-satisfação de achar que está fazendo alguma coisa para ajudar alguém, mesmo que esta alguma coisa seja um mero clique, cujas consequências você não enxerga e não tem como controlar. É um tipo de fé: eu acredito que com esse clique eu salvei o menininho deformado, mesmo tendo me negado na semana passada a doar para a APAE ou para o Asilo da minha cidade. A salvação do distante me consola na minha convivência com o próximo necessitado.
Boa sorte a você que acha que de clique em clique vai salvando o mundo. Eu já desisti de argumentar com a fé cega das pessoas.