Publicado em: 09/10/2012
Tenho pouca paciência com as coisas
grandes.
Minha vida é tão pequena, e o mundo também.
Tantas coisas grandes só servem para espremer-nos,
Obrigar-nos, coagir-nos.
Minha vida é tão pequena, e o mundo também.
Tantas coisas grandes só servem para espremer-nos,
Obrigar-nos, coagir-nos.
Uma das vantagens de se fazer versos
É que quando as linhas ficam assim,
Umas encima das outras,
Você pode dizer pequenos absurdos
E as pessoas leem com seriedade.
É que quando as linhas ficam assim,
Umas encima das outras,
Você pode dizer pequenos absurdos
E as pessoas leem com seriedade.
Os grandes absurdos, porém, estes
não,
Não cabem nas linhas curtas dos poemas.
Para estas obscenidades que matam e que ferem
São necessários ensaios e romances.
Não cabem nas linhas curtas dos poemas.
Para estas obscenidades que matam e que ferem
São necessários ensaios e romances.
Deixem em paz, portanto, os poetas.
Os pequenos poetas.
Jardineiros de ideias brotadas cedo,
Pastores de si mesmos.
Os pequenos poetas.
Jardineiros de ideias brotadas cedo,
Pastores de si mesmos.
Não venham zombar dos poetas
E seus pequenos abusos
Contra a ordem sobrenatural das coisas.
Preocupem-se primeiro
Com as coisas grandes e graves.
Especialmente aquelas que nascem
De gente que nunca escreveu poesia.
E seus pequenos abusos
Contra a ordem sobrenatural das coisas.
Preocupem-se primeiro
Com as coisas grandes e graves.
Especialmente aquelas que nascem
De gente que nunca escreveu poesia.
Arquivado em:
poesia