Publicado em: 15/04/2021
Há muitas flores que dormem no homem,
tranquilamente fenecendo no fundo
de gavetas e caixas.
Ventos e chuvas movem o mundo
e o guardado vai perdendo o nome.
Depois, bem tarde, encontramos
ressequidos restos sem perfume.
tranquilamente fenecendo no fundo
de gavetas e caixas.
Ventos e chuvas movem o mundo
e o guardado vai perdendo o nome.
Depois, bem tarde, encontramos
ressequidos restos sem perfume.
Ainda não sei o que fazer com tantos
guardados que ainda nem organizei.
Nas embalagens ainda dormem muitas
flores, folhas que ainda não cheirei
e não presentearei.
guardados que ainda nem organizei.
Nas embalagens ainda dormem muitas
flores, folhas que ainda não cheirei
e não presentearei.
Haverá um dia, talvez já perto
em que eu mesmo estarei com elas
em alguma caixa que será guardada
das mudanças que fazem o mundo.
Cada uma dessas flores perdida,
seus perfumes que a ninguém importa.
Quando me encontrarem entre as flores,
Estarei sozinho, absorvido e longe.
em que eu mesmo estarei com elas
em alguma caixa que será guardada
das mudanças que fazem o mundo.
Cada uma dessas flores perdida,
seus perfumes que a ninguém importa.
Quando me encontrarem entre as flores,
Estarei sozinho, absorvido e longe.
Flores, folhas, ventos, mundo,
Tudo será para mim o que serei:
nada, passado, fenecido, resto.
A minha obra, uma tolice longeva,
serei lembrado só no que não presto.
Tudo será para mim o que serei:
nada, passado, fenecido, resto.
A minha obra, uma tolice longeva,
serei lembrado só no que não presto.
Arquivado em:
poesia