Uma entre muitas coisas boas proporcionadas pela migração do meu blog para longe do WordPress é a oportunidade que agora tenho de revisitar meu conteúdo desde os primórdios. Não o estou fazendo com a ideia de revisar e melhorar; embora, três ou quatro vezes, até agora, isso tenha sido inevitável; mas para corrigir alguns problemas que aparecem na versão final exportada pelo Pandoc. Quando vou no arquivo ver de que se trata, encontro diversos tipos de absurdos gerados pela conversão mal feita do formato do WordPress. Funcionou bem na maioria dos casos, mas não na grande maioria.
Assim vou corrigindo hierarquias de títulos, formatos de links, posicionamentos de imagens, hífens e travessões indevidos, caracteres especiais indevidamente impressos, variados tipos de erros que se resolvem com o simples deletar de um símbolo ou o fechamento de um parêntese.
Também tenho podido avaliar que muitos “artigos” antigos do blog perderam a razão de ser porque tinham conteúdo transitório ou porque eram relevantes naquele momento, mas não são mais. Esta revisão encontrou promessas de obras que não saíram, índices de séries que despubliquei, chamadas para ebooks que não estão disponíveis, versões incompletas de textos que saíram depois, elogios a blogs alheios que não estão mais no ar, contos que eu depois reescrevi… Muita coisa que não deve ficar online porque nada acrescenta — e até retira um pouco.
Outra curiosa constatação é de que a minha poesia me parece bem mais durável do que eu imaginava. Consigo gostar melhor dos meus poemas escritos entre 2008 e 2013 do que de uma boa parte dos contos que escrevi na mesma época. Sinceramente, eu tenho muita vergonha de certos textos de que já tive muito orgulho, mas em geral a minha poesia preserva os mesmos sentimentos de então: ainda me orgulho do que me orgulhava, eis que devo lembrar que eu nunca me orgulhei da maior parte…
Mas eu conseguiria fazer uma boa seleção de poemas desta época, e esta seleção eu conseguiria apresentar com orgulho. Pretendo fazer isto, em breve, bem em breve. Até já escolhi um título e será “Poesia Passada a Limpo”. Talvez esta seja um promessa que eu cumpra, afinal.