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Textões e ficções. Tretas e caretas. Histórias e tramóias.
by J. G. Gouvêa

Considerações sobre a Ingratidão Política

Publicado em: 02/04/2019

Faz alguns anos, mais precisamente em julho de 2013, deparei-me, algo chocado, com um texto de Stephen Kanitz para a revista Veja intitulado “Por que me odeias se eu nunca te ajudei?” Até então, eu mantinha muito respeito pelo autor, a quem eu considerava um raro economista que escrevia coisas humanistas, em vez de falar somente em números frios, que tinham de ser preservados, mesmo à custa de sangue, suor, lágrimas e ossos. Nesse dia pressenti que algo mudara no discurso de Kanitz, mas também em mim.

Naqueles dias, ainda se estudava o impacto das infames “Jornadas de Junho”, que viriam a parir esse país que agora temos (a todos os envolvidos, meus parabéns). Coincidentemente, Kanitz, que até então se manifestava de forma políticamente quase neutra, de uma semana para a outra, depois de publicar esse artigo, quase como se obedecesse a um controle remoto ou reagisse a um instinto, se se tornou mais um crítico feroz do governo. Bastou a sensação de que o governo perdera o apoio das massas para, em seguida perder o de uma parte significativa da imprensa (Kanitz incluído), como se esses veículos estivessem freados a contragosto, mas ansiosos por alguma senha que os estumasse.

Esse choque me impediu, na época, de refletir mais profundamente sobre o artigo de Kanitz, porque passei a vê-lo como outro “duas caras”, aproveitador que surfava na popularidade do governo e se bandeara imediatamente para a oposição assim que o vento virara. Não sei se o leitor compartilha do meu sentimento, mas considero esse tipo de gente absolutamente detestável. Por causa desse meu nojo à aparente inversão ideológica de Kanitz, desconsiderei a possibilidade de que ele tivesse razão.

O tempo, somente ele, pôde me trazer elementos para analisar com frieza a pergunta inquietante posta no próprio título do artigo. Apesar de ateu e marxista, devo confessar que ainda tinha dentro de mim uma boa base de valores cristãos,1 pendentes de serem desconstruídos, que me influenciara a ler na pergunta a alusão a uma falha de caráter. A ideia de odiar a quem oferece ajuda me parece coisa que somente canalhas fazem.

Infelizmente, talvez porque o Partido dos Trabalhadores teve sua origem nos movimentos sociais da Igreja Católica Romana, é muito prevalente entre filiados e simpatizantes (como eu) exatamente a percepção moralista de base cristã. Por causa disso, tendem a se sentir “traídos” pelo povo que os abandonou na hora mais escura, apesar dos progressos sociais e programas de inclusão criados no período petista. Em uma primeira análise, e dói dizer isso, esta percepção reflete uma visão condescendente da cidadania e também do povo, porém o problema vai mais fundo que isso: aí também há uma incompreensão filosófica que chega até o osso.

Por mais bela que possa ser a ideologia da gratidão, que está no cerne do cristianismo e dos valores professados (mas raramente praticados) por nossa cultura, ela continua sendo parte do que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche qualificou como a “ideologia dos escravos”.2 A gratidão é uma corrente invisível, que nos prende a pessoas que odiamos, por causa de favores que nos foram prestados, às vezes contra a vontade de quem os prestou e também sem que pedíssemos. Somos obrigados a demonstrar gratidão, para que a sociedade não nos rotule como canalhas e, por causa disso, verdadeiros canalhas, os detentores de dinheiro e poder, podem escolher quem, quando e como ajudam, construindo, desta maneira, uma rede de favores e gratidões que ajuda a consolidar seu poder ainda mais.

O ódio a quem nos auxilia pode ser uma violação da moral cristã, e muitas vezes é uma falha de caráter mesmo, mas pode ser também interpretado como um grito de autonomia de quem quase nunca pode gerir as prioridades de sua própria vida. Aquele que preferiria comer feijão, mas recebe uma doação de macarrão, que queria ter uma motocicleta, mas ganhou uma bicicleta, que queria ser pintor ou médico, mas ganhou a oportunidade de ser pescador ou soldado.

O tempo todo a sociedade nos impõe papeis que não queremos e nos condiciona a seguir caminhos que não são aqueles que desejávamos trilhar, enquanto nos dá de presente objetos que não são aqueles que queríamos comprar. Quase sempre, esses papeis são escolhidos para nós por quem acredita que está ajudando, esses caminhos são decididos por planejamentos que atendem às necessidades daqueles que nos ajudam e tais objetos foram escolhidos segundo critérios que envolveram somente a conveniência de quem os comprou. O ódio que nasce da recepção desta ajuda não pode ser tachado meramente de uma falha de caráter: ele é parte da “alergia” que o espírito humano tem quando nota, ainda que vagamente, uma violação de seu livre-arbítrio.

Isso foi poeticamente expresso por Nietzsche, em sua obra “Assim Falava Zaratustra”, pondo na boca de seu profeta essas palavras:

Envergonho-me de ter visto sofrer ao que sofre, por causa de sua vergonha; e, quando acudi em seu auxílio, feri-lhe rudemente em seu orgulho.

Grandes favores não tornam ninguém agradecido, antes vingativo; e mesmo o pequeno benefício, não sendo esquecido, torna-se um verme roedor.

[…]

Eu, porém, sou dos que dão: agrada-me dar, como amigo, aos amigos. Colham, todavia, os estranhos e os pobres, por si mesmos, o fruto da minha árvore: é menos humilhante para eles.

As ideologias políticas de direita parecem ter compreendido esse ponto da filosofia de Nietzsche muito melhor que a esquerda. Não à toa o nazismo procurou instrumentalizar sua filosofia. Apesar de o perverterem para seus fins, os ideólogos da direita fizeram a leitura correta desta constatação quando propuseram sua ética, baseada em valores diversos do cristianismo. Nos tempos atuais, a direita parece mais perto dos aspectos neopagãos do nazismo em vez de continuadora do tradicionalismo católico do fascismo e do integralismo. Talvez por um vício de origem, já que as ideias de direita que fazem a cabeça dos jovens de agora provêm dos EUA, e aquele é um país culturalmente prostestante e com predomínio das ideologias calvinistas. Para essa ideologia, “fazer o bem” não é mais uma virtude. Comparemos as palavras do filósofo alemão, que as escreveu em 1885:

Isto inclui pobres e mendigos, que no fundo acabam detestando as pessoas que dão as esmolas, as bolsas família, a saúde e a educação grátis.

Pobre quer oportunidade, para poder pagar pelo que precisa, por mérito próprio.

Pobres querem pagar pelo seu transporte com dinheiro ganho honestamente, e não “redistribuído” dos cofres públicos.

Pobre quer pagar diretamente o seu médico e seu professor, única forma de garantir um atendimento decente e humanizado.

Pobre não quer saúde grátis, educação grátis e aí ter que aceitar um médico qualquer, ou um professor desmotivado já que a cavalo dado não se olha os dentes

É inegável que Kanitz, se não leu Nietzsche, chegou a conclusões idênticas às dele através da leitura de autores que leram. Estas máximas, tais como definidas por Kanitz, não são essencialmente nietzscheanas, são o discurso “meritocrático” dos “neoliberaiss” e da direita moderna. À parte o fato de Kanitz não poder saber o que os pobres realmente querem (no máximo, ele pode expressar o que pessoas de classe média alta, como ele mesmo, acham que os pobres querem), eis um exemplo perfeito da ideologia direitista contemporânea.

A direita instrumentalizou o mal-estar resultante do problema da caridade, ressignificando a virtude cristã como um pecado, a fim de quebrar a resistência teológica à exploração capitalista. Um pouco mais adiante em seu artigo, Kanitz declarava, com todas as letras, que as políticas de estado minavam a democracia porque criavam dependência:

Além do mais, pobre que vive de esmola morre de medo que um dia estes “altruístas no poder” mudem de ideia ou mudem de causa prioritária, e vá deixá-los na miséria novamente. É o mesmo stress de todos nós que tememos perder o emprego.

O que a direita não faz, nem Kanitz o fez em seu artigo, é ler o parágrafo de Nietzsche seguinte aos citados anteriormente:

Dever-se-iam, porém, suprimir totalmente os mendigos. Na verdade, desgosta-se uma pessoa por lhes dar; e desgosta-se por lhes não dar. Assim sucede com os pecadores e com as consciências manchadas! Crede-me, meus amigos: os remorsos impelem a morder.

O filósofo diz que a simples existência de desigualdades já cria desconfortos morais, resolvidos em ódio e violência. No jargão de Zaratustra, “mendigo” é aquele que vive a pedir o que lhe faz falta. A desigualdade cria desconforto porque não é natural, mas resultante da perversão do estado de natureza pela civilização. “Suprimir totalmente os mendigos” não conclama ao extermínio dos miseráveis,3 mas por uma sociedade em que ninguém se sentiria obrigado a pedir ou compelido a doar. Nem o doador precisaria da obrigação moral de ter compaixão e nem o pedinte teria de passar pela necessidade de suplicar. Não necessariamente se suprimiria a desigualdade, mas já se acabaria a vulnerabilidade, que quebra o orgulho a tal ponto que alguns aceitam pedir, e quebra a ética a tal ponto que alguns aceitam dar.

O que a direita diz é que a existência da desigualdade é um fato dado e que os que poderiam doar não têm responsabilidade nenhuma pelos que estão pedindo, que negar a dádiva é o novo dever moral nessa religião dos novos tempos e que o pobre terá de salvar-se sozinho.

Mas Kanitz não é simplório assim. Os luminares da direita nunca são, as sandices evidentes são sempre cometidas por seguidores e diluidores, basta-lhes não insistir muito em desmentir a sandice que distorce e atenua o próprio pensamento. Kanitz explica essa reação através de um traço cultural:

Por isto o PT a longo prazo poderá passar a ser o partido mais odiado de todos. Mesmo se mantendo por muitos mais anos no poder.

No Brasil este sentimento é ainda pior.

Nossa cultura exige, corretamente, que se diga Obrigado, a cada favor e benesse.

Quem recebe uma benesse no Brasil faz questão de dizer que aquilo não é um favor, mas uma simples troca.

Eu não estou recebendo um favor de você mas efetuando uma troca, a obrigação de lhe devolver o mesmo favor no futuro.

Estou, por assim dizer, assinando uma promissória, e quitando já este seu débito com um crédito meu, mesmo que seja pago no futuro.

A troca por uma obrigação futura é muito mais digna para o pobre ou o recebedor do que um simples agradecimento, como se faz nos países anglo-saxões.

A raiz do ódio estaria, segundo Kanitz, nessa atitude brasileira frente aos favores prestados. Apesar da pátina de cristianismo, o brasileiro teria um espírito eminentemente prático, então cada ato gera consequências e obrigações futuras. Diante de um favor, somos obrigados a retribuir; se não podemos, então nos sentimos em dívida e pomo-nos à disposição para pagar no futuro. Esse é o “verme roedor” de que fala Nietzsche: a qualquer momento, agora ou nunca, o benfeitor, como um Vito Corleone, pode vir cobrar de nós pelo favor pendente, essa dívida inadimplida que carregamos.

Por isso o povo não foi às ruas defender o governo: a destruição daquele a quem devemos é uma forma de cancelar as nossas dívidas sem que nós mesmos tenhamos de pagá-las. Quando alguém se dispõe a matar alguém a quem devemos, esta é uma oportunidade de apagar o nosso débito sem que tenhamos de fazer coisa alguma: basta-nos a covardia e seremos “recompensados”.

Se a passividade dos receptores menos favorecidos das políticas governamentais se explica por esse desejo inconfesso de “queimar a promissória”, a adesão da classe média é diferente: refletindo o “desejo de morder” a que Nietzsche também aludiu. Diferente da classe popular, que apenas intui seu desejo e o sublima de forma muitas vezes caótica, a classe média sabe muito bem o que quer e costuma expressá-lo de maneira muito enfática e materialista.

As classes médias, em geral, não se acomoda com a ideia de abrir mão dos anéis para salvar seus dedos. Sua ascensão social criou uma falsa sensação de segurança, aliada a um desejo profundo de agência: quem se desconecta da realidade da miséria imediata vai querer fazer os próprios planos e se orgulhar de suas conquistas — não quer, de maneira nenhuma, que lhe digam o que fazer, nem quando fazer. Desta forma, toda vez que uma política pública de benefício geral impacta um plano individual seu, esse indivíduo de classe média se sente prejudicado pessoalmente, mesmo que, de outras maneiras, seja beneficiado pelas mesmas políticas, porque sua necessidade de planejar a própria vida e fazer suas próprias escolhas encontrou um obstáculo.

Se o “verme roedor” na consciência do pobre é a sensação de ser devedor de favores que nunca poderá retribuir, na consciência do indivíduo de classe média o incômodo vem da sensação de não ter, ainda, conquistado a liberdade plena de ação individual, a que o membro da classe média considera o distintivo final do sucesso.

Ser livre não é simplesmente ter comida na mesa, casa própria e carro. Estas coisas o indivíduo de classe média sempre enxergará como conquistas pessoais e toda argumentação política que parta da racionalização destas conquistas como um resultado de fatores conjunturais que o beneficiaram cairá em ouvidos moucos. Para os membros típicos da classe média, devido à ideologia predominante em nossa cultura, é inaceitável qualquer discurso em que ele não seja o conquistador merecido de tudo aquilo que possui, porque a sensação (mesmo que seja mentirosa) de merecer ser quem se é e ter o que se tem é a própria definição de classe média, porque o mérito é o que ergueu da pobreza o membro da classe média, e ele se orgulha de ter feito a si mesmo por meio de seu esforço. Todo debate político que se deseje vencer precisa começar, portanto, “concedendo” esse ponto à classe média, não por ser verdade, mas porque remover essa “muleta ideológica” resultaria em mostrar ao indivíduo de classe média que sua liberdade é apenas uma ilusão resultante de fatores conjunturais, que podem ser temporários. É mais fácil que um indivíduo abra mão de sua própria vida que dos seus valores. É mais fácil que cometa atos tolos, que destruirão o seu patrimônio, que admitir que seu patrimônio não é realmente fruto exclusivo de seus atos.

O ódio da classe média é a cortina de fumaça a proteger a ilusão daquele que aspira ser um dos ricos, mas ainda está perto demais dos pobres para que se sinta psicologicamente seguros.

Como seria possível escapar dessa armadilha ideológica, adotando políticas públicas progressistas, necessárias ao desenvolvimento econômico e social do país, sem provocar a reação alérgica vista por Nietzsche e Kanitz independentemente. A resposta é espinhosa por envolveria a conclusão de que é preciso fazer o que é melhor para o povo sem o povo perceber, porque, em seu conjunto, o povo não seria capaz de optar espontaneamente o que é melhor para si. Este, porém, é um pensamento inaceitavelmente elitista e errado.

Não adianta dizer que o povo é ingrato, nem xingar de fascista a classe média. Rótulos podem até identificar, mas nada resolvem. Estar escrito “veneno” em um frasco pode ser verdade ou não, mas não muda o fato de que muita gente tomaria o conteúdo. Deixar de rotular apenas exporia mais pessoas, porém meramente rotular não é uma solução. Rótulos podem ser importantes, mas o que define a mudança são as atitudes que tomamos diante da realidade que eles descrevem. Precisamos convencer ao povo de que tomar veneno pode não ser o melhor. Vivemos uma época em que as pessoas crerão com mais facilidade que “veneno” quer dizer “comida” e isto pode não ser tão absurdo, já que a comida, muitas vezes, nos faz mal. Por fim, rótulos podem nos enganar porque refletem interpretações da realidade que podem ser “moralizantes”. A realidade não é moral, somos nós que criamos interpretações moralizantes da realidade, para serviço de nossas ideologias.4

Então, no fim das contas, não temos como saber se “veneno” é uma interpretação correta do conteúdo do frasco. Precisamos, em vez de um rótulo, ter a humilade para dialogar. Não podemos trocar o povo caso ele não atenda aos nossos anseios, porque não lutamos por uma abstração chamada “socialismo” nem por um “Brasil” limpo e harmonizado. Lutamos por gente, ainda que essa pareça ingrata, e lutamos por coisas concretamente boas, mesmo que tachadas como más por quem detem o poder. Ninguém deseja o mal por ser o mal, todo aquele que procura seu próprio mal o faz por engano ou por erro de cálculo.

Tampouco adianta dizer que a etimologia do “muito obrigado” é a causadora desse sentimento de inadimplência do recebedor diante do doador. Em espanhol se diz gracias (“agradecimentos”) assim como em inglês se diz thank you (“agradeço-lhe”), ainda assim, não consta que a realidade cultural nos países hispânicos esteja muito diferente da nossa. Uma falácia (ou técnica?) frequente do pensamento direitista é atribuir agência a seres inanimados e a entidades abstratas, como Kanitz culpando o “muito obrigado” — e como fazem esquerdistas, com desagradável frequência, culpando o “capitalismo”, o “sistema” e outros termos sem vida própria.

O que adianta é explicar políticamente às pessoas que os favores não geram dívidas porque são pagos de outras formas. Assim se dá a conscientização política. Algo que se faz através da educação, esse alho que irrita a toda a classe política brasileira, desde sempre.

Talvez não se encontre país, no mundo, tão orgulhoso da própria ignorância quanto o Brasil. Em nenhum outro a ignorância parece tão trágica quanto entre nós. Por causa da prevalência desta, o povo anda de cabeça baixa e não sabe planejar em termos de longo prazo. Portanto, não imagina outra forma de pagar a “dívida” sem ser com serviço imediato. Assim ocorre a venda do voto, e surgem as claques que repercutem as vozes dos políticos.

Quando fazemos algo por alguém a quem respeitamos, devemos fazer sempre questão de cancelar a dívida no próprio ato ou devemos de alguma maneira deixar claro que não é uma “boa ação”, mas um ato pensado em suas consequências futuras. Quando um pai dá dinheiro ao filho para pagar seus estudos, não o faz pensando que o filho um dia o amparará na velhice; ele o faz porque lhe compraz ver o sucesso do filho e é da natureza da paternidade se alegrar com a felicidade dos filhos.

Algo semelhante poderia ter sido tentado nos governos petistas, quando adotaram políticas assistencialistas. Poderiam ter dito que o faziam porque assim engrandeceriam o país. Talvez até isso tenha sido dito, mas essa explicação não chegou até os rincões do Brasil e não se firmou no imaginário coletivo. Então, o ódio que explodiu nas ruas em 2013 nasceu da falta desta noção de que a dívida era impessoal (para com o Brasil) em vez de vinculada a um partido ou político em particular. Talvez pela vinculação às sua origem católica, o PT não pôde passar além da virtude moral da caridade e atingir o ideal de supressão total dos mendigos.


  1. Conforme eu mesmo já sentenciei, em outras oportunidades, é mais fácil tirar um homem de dentro da igreja do que tirar a igreja de dentro de um homem.↩︎

  2. A fonte da conceituação do cristianismo como uma religião de escravos está em “Além do Bem e do Mal: Prelúdio a uma Filosofia do Futuro”, obra imediatamente seguinte a “Zaratustra”.↩︎

  3. Esta é uma perversão muito frequente das palavras do filósofo alemão. Em seu “Julgamento de Nietzsche no Orkut”, Alexandre Anello analisa, entre muitas outras, a acusação de que Nietzsche seria, por causa desta frase, um higienista social.↩︎

  4. Aqui recorro mais uma vez ao livro “Além do Bem e do Mal”, mais especificamente a um dos “Aforismos e Interlúdios” do autor.↩︎

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