Maria, minha mãe, me mandava meditar musicalmente, mas me martelava muitas minúcias massacrantes. Muitas mudanças marcaram melodiosamente minha mocidade. Moço mal-ajeitado, maquinava melhorar minhas maneiras. Mantive-me metódico, muni-me, motivei-me, movi montanhas.
Morávamos mal, modestamente mesmo. Meus melhores momentos, miudezas: merendava mingau miserável, meninos malvados me machucavam, mas meninas me maltratavam mais. Memorizava minha música, mirando momentos melhores. Menosprezava malefícios. Muitos meses medi melancolicamente, mas me mandei!
Mudei-me de Minas: Manaus. Mudei muito mais: Magistério. Mas me mostrei mau mestre. Muitos me malharam: manjava manuais mas manobrava mal a malta miúda: malditos moleques malcriados.
Mataram mamãe a machadadas, monstruosidade medonha, mas mantive marcada máxima materna. Motivava-me matutando meus méritos mourejando manualmente. Menosprezava a música, monstruosidade maior, maldita mentalidade minimalista, mentalizar a moeda. Mas mal me mantive. Matriculei-me: musicologia. Manuel Medeiros, maestro e missionário das musas manauara, me mandou a Marselha.
Mostraram-me músicas mágicas: Mendelssohn, Mussorgsky, Mozart! Mais moderados: McCartney, Manfred Mann. Maravilhosos modos musicais: mixolídio, monótono, multifônico. Maravilhou-me a mandolina: medieval, melódica, magnífica. Madrugadas manipulei-a, mas montava melodias modernas, motetos e missas medievais mal me marcavam.
Magoou-me Manuel maldizendo minha modernidade. “Moog, Mellotron? Moléstias módicas, maldições mecânicas miseráveis. Mixórdia!” Mas, mesmo mundanos, mostraram-me motivos magníficos. Musicalmente muito, monetariamente mais.
Mineiro milionário, medito melancolicamente mazelas e malmequeres. Marianne, mimosa mulher marselhesa, malvada meretriz, mentiu-me meiguice, metamorfoseou-se mãe de menino meu. Muito meigo moleque, mas malvada manobra, malditas mentes monetárias!
Maduro e malogrado, me mantenho manso melhorando minha maior melodia, “Memórias Maternas”.