Publicado em: 21/08/2010
Poema originalmente escrito em março de
2003
Vestimos a vida, roupa desconfortável
e apavorados vivemos.
Andamos sem rumo
querendo salvar-nos
de vaidades, perigos e degredos.
Espíritos tensos,
buscamos sem onde
o fio que nos liga
a Deus e a nós mesmos.
Palhaços no meio da praça,
rimos a quem nos maltrata.
Espíritos e carnes
densamente pensam a essência
que justifique a tudo.
Aspiramos ao alto mais alto
e o vemos cair diante de nós.
Corpos retesos e mãos impotentes,
acenamos na noite em busca daquilo
que forjou os profetas,
talvez aos astros.
Temos virtude e falta-nos Isto
e nossas faces parecem mortas no espelho.
Vertidas as últimas lágrimas,
vagamos sem onde
deixar nossos despojos:
mudamos tantas vezes que não temos casa,
este lugar é apenas depósito
de coisas que pensamos, mas não somos.
Vendemos tudo e nada ganhamos.
O tempo toma tudo que não é de verdade.
Não, não é dinheiro o que perdemos,
é uma alegria que nunca tivemos.
Abrimos a noite
ou somente a janela?
Vencemos o medo
ou acendemos uma vela?
Mal sabemos se nos temos
ou se buscamos.
E a resposta de tudo
estará neste templo
ou em algum tempo?
Há o espaço vazio
de uma peça que falta,
o silêncio da resposta
que ninguém nunca dá.
Ceticismo, ironia, nada,
nada disso recobre ou emenda
este buraco em forma de Deus.
e apavorados vivemos.
Andamos sem rumo
querendo salvar-nos
de vaidades, perigos e degredos.
Espíritos tensos,
buscamos sem onde
o fio que nos liga
a Deus e a nós mesmos.
Palhaços no meio da praça,
rimos a quem nos maltrata.
Espíritos e carnes
densamente pensam a essência
que justifique a tudo.
Aspiramos ao alto mais alto
e o vemos cair diante de nós.
Corpos retesos e mãos impotentes,
acenamos na noite em busca daquilo
que forjou os profetas,
talvez aos astros.
Temos virtude e falta-nos Isto
e nossas faces parecem mortas no espelho.
Vertidas as últimas lágrimas,
vagamos sem onde
deixar nossos despojos:
mudamos tantas vezes que não temos casa,
este lugar é apenas depósito
de coisas que pensamos, mas não somos.
Vendemos tudo e nada ganhamos.
O tempo toma tudo que não é de verdade.
Não, não é dinheiro o que perdemos,
é uma alegria que nunca tivemos.
Abrimos a noite
ou somente a janela?
Vencemos o medo
ou acendemos uma vela?
Mal sabemos se nos temos
ou se buscamos.
E a resposta de tudo
estará neste templo
ou em algum tempo?
Há o espaço vazio
de uma peça que falta,
o silêncio da resposta
que ninguém nunca dá.
Ceticismo, ironia, nada,
nada disso recobre ou emenda
este buraco em forma de Deus.
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